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sábado, 20 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 5: O Mais Forte! Ledgic, o Guarda-Costas!

Este episódio esteve bom, até mesmo superior ao anterior. Mesmo com a luta principal ter sido muito curta, deu para sentir que estávamos dentro do tema e a ver realmente um episódio de Dragon Ball. Não me interpretem mal. Lá porque me queixei da falta de lutas nos episódios anteriores, não quer dizer que eu não saiba apreciar uma boa história. Desenvolvimento de personagens e do enredo é importante, mas não podemos esquecer qual é o tema de determinada série. Ninguém quer ver, por exemplo, um anime de futebol com três ou quatro episódios seguidos só de conversa e história. É possível desenvolver esses aspectos e ainda entreter o espectador com um magnífico jogo. Ambas as séries anteriores de Dragon Ball fizeram isso, e com grande êxito. Bem, para ser franco, GT acaba por corrigir esse erro mais à frente, e aprende a entreter o espectador com lutas enquanto desenvolve a história. O problema na série é mesmo a própria história.
E com isto, avançamos para o quinto episódio, intitulado "O Mais Forte! Ledgic, o Guarda-Costas!"

O episódio começa com os nossos heróis escondidos da polícia atrás de três cartazes gigantescos. Pan mostra que está farta daquele planeta, mas Trunks lembra-lhe que sem as peças para a nave, não poderão sair dali. É então que surge uma mulher que dá de caras com eles. Apesar de tentarem acalmá-la, ela foge aos berros para dentro de casa, atraindo a atenção dos polícias. Então os três retomam a fuga, saltando pelos telhados das casas. Numa rua, Gel e uma equipa policial esperam por eles, como se o trio lhes fosse cair em cima a qualquer altura. Os três guerreiros surgem no topo do edifício à frente de Gel e dos agentes, mas nem por isso eles abrandam a fuga. Pan e Trunks saltam habilmente para o edifício do outro lado da rua, mas Goku perde o equilíbrio antes de saltar e acaba por cair em cima de Gel, saltando logo a seguir para junto dos outros dois. A razão pela qual o pequeno se desequilibrou está longe da minha compreensão. Este foi mais um dos momentos estúpidos da personalidade de Goku. Ele pode ter o corpo de uma criança, mas não tem a atitude de uma. Sim, claro, poderão dizer que ele ainda não está habituado àquele corpo, mas sendo assim por que carga de água andaram os três a saltar de um lado para o outro quando podiam ter fugido para mais longe a voar?

"Não lhe ligues, puto. Isto é Dragon Ball GT,
não vale a pena usar a lógica."

Acontece que durante a fuga, os três acabam por aterrar num telhado mais frágil e aterram dolorosamente no interior da casa de um casal de velhotes que começam a ameaçá-los com uma esfregona. O trio pede desculpas pela intrusão e decidem sair pela porta, mas é então que o casal decide acolhê-los, pela simples razão de eles serem bem educados e não tentarem nada perigoso.
Durante a refeição que o casal lhes prepara, os nossos heróis ficam a saber mais coisas sobre aquele planeta. Sabem então que no planeta Imegga é proibido ter uma nave, ao que Trunks pergunta porquê. É nesta altura que qualquer espectador atento faz um facepalm, porque a pergunta é tão estúpida que até um miúdo de 5 anos percebe o motivo de ser proibida a posse de naves. Mesmo assim, os velhotes explicam que as naves são apreendidas para que nenhum dos habitantes pense em fugir. E o casal está entre os muitos que não podem voltar ao planeta-natal. Pan sugere que todos os habitantes se juntem contra Don Kia, mas a velhota diz que tal rebelião seria inútil, devido ao poderoso guarda-costas do rei, um tal de Ledgic.
Pan toma então uma decisão: entregar-se à polícia e apresentar-se pessoalmente a Don Kia. A equipa policial de Gel e Sheela capturam-nos, mas assim que se vêm no palácio do rei, eles deixam os seguranças inconscientes e vão ter ao gabinete dele sozinhos. Pan então decide não perder tempo e investir no rei, mas este tem armas ao seu dispor: com o toque de um botão, ele faz surgir uma espécie de campo de forças eléctrico que prende a pequena. Ele então faz surgir um grande número de armas de fogo, e não se coíbe de disparar contra os nossos heróis.

Tanto dinheiro e ainda não arranjaste um cabelo decente?

Obviamente que nada lhes acontece. Mas antes que Don Kia se lembre de preparar outra coisa, eis que surge Ledgic, que lhe adverte que aqueles não são seres que possam ser mortos com aquele tipo de armas. Furioso, Kia ordena Ledgic para os atacar, mas o guarda-costas mostra-se ameaçador e diz que vai lutar por si mesmo. Trunks tenta investir primeiro, mas não só falha o golpe como Ledgic esmurraça-o com tanta força na barriga que o deixa logo K.O. Goku então decide enfrentar sozinho o guerreiro, e é quando se dá a primeira verdadeira batalha de Dragon Ball GT (depois da do primeiro episódio entre Goku e Uub)... e que dura cerca de dois minutos e meio. Bem, sem querer ser muito esquisito, acho que devia ter sido uma luta bem mais prolongada e emocionante. Ledgic é um bom lutador, e faz uso de espadas e uma lança para combater, mas assim que Goku atinge o nível de Super Saiya-jin o combate está mais que decidido. Ao menos temos um embate entre o ataque de Ledgic e o Kamehameha de Goku, que termina com a dura derrota do guarda-costas.
Depois da luta, Goku e Ledgic criam uma boa ligação. Para desespero de Kia, Pan e Trunks confrontam-no, e o rei tenta incitar o seu guarda-costas a combater, a troco de uma grande fortuna. Mas Ledgic pontapeia-o fortemente, mostrando o seu desprezo pelo rei. Antes de se ir embora, Ledgic promete uma desforra a Goku, e este concorda, entusiasmado. Bem, isso até seria interessante se Ledgic alguma vez reaparecesse na série.

"Como assim não apareço mais nesta série?
Bem, isto é que foi desperdício de personagem..."

As pressões e as ameaças de Pan fazem com que Don Kia acabar com o sistema de aluguer de Imegga. No dia seguinte, os três amigos carregam um cofre gigantesco pelo ar até meio da cidade. Dentro do cofre estão todos os contratos assinados pelos habitantes, que neste momento já são nulos. E como bónus, Kia devolve as naves aos habitantes, para que todos possam voltar para os seus planetas.
Tudo acaba bem. Os heróis conseguem as peças e a nave fica pronta para retomarem a viagem em busca das Dragon Balls. Só há um problema: o pequeno robô que engoliu o Radar do Dragão. Pan consegue apanhá-lo quando ele tenta escapar e ameaça desmontá-lo para recuperar o aparelho. É então que Trunks surge e salva-o, declarando que mesmo sendo um robô de metal, há um coração quente, e que de certa forma ele tem emoções. É então que o pequeno robô mostra um ecrã nas suas costas, com o design muito idêntico ao do radar. Descobrem que o robô é capaz de assumir as funções dos aparelhos que absorve, sendo que agora eles têm um Radar do Dragão capaz de falar. E é com isso que a primeira Dragon Ball é detectada, e eles não perdem tempo a sair do planeta e a rumar para norte... Hã, eu não sou nenhum astrónomo, mas como raio é possível saber os pontos cardeais no espaço? Para que lado é o norte na imensidão do espaço? É para cima? Para a frente? Para a diagonal esquerda para baixo? A deslocação no espaço é tridimensional, logo a orientação pelos pontos cardeais é basicamente inútil.

Este foi o último episódio do arco de Imegga. No próximo episódio, acompanhamos os nossos heróis na visita a um planeta onde tudo é gigantesco. E é quando descobrimos uma nova vocação profissional de Goku. Fiquem para o próximo episódio, intitulado: "Dói, não dói? Goku, o Dentista."

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 4: Procurado! Goku é um Criminoso?

Vamos lá avançar com isto. Eu gostei deste episódio, confesso. Teve mais a ver com o que um verdadeiro episódio de Dragon Ball realmente é. Tem acção, lutas, o aparecimento de um futuro adversário de peso... Enfim, ainda não superou as expectativas, mas soube-nos agradar bastante. No entanto, ainda há coisas a apontar, e se esta série tivesse sido boa, eu não tinha este trabalho todo para criticar cada um dos episódios. Vamos então principiar o episódio 4, intitulado "Procurado! Goku é um Criminoso?"

O episódio começa com os nossos três heróis a observar a nave ser levada pela equipa de reboque. A perplexidade de Trunks é tão grande que até deixa cair o pequeno robô que lhes tinha comido o Radar do Dragão. É então que Goku tem uma ideia para os apanhar: usar a Shunkan Idou, a técnica de deslocação instantânea que tão bem conhecemos. Claro que os ladrões da nave não estão tão longe, e não é como se os nossos heróis não soubessem para que lado tinham ido (já para não falar que o reboque deixou um gigantesco rasto no deserto que eles podiam muito bem seguir a voar). Mas por alguma razão, precisávamos de introduzir a técnica nesta série, e nada melhor do que uma situação em que não podiam perder tempo para o fazer.
Pan prende o robô na mochila e então os três preparam-se para se deslocar instantaneamente para o lugar onde a nave se encontra. Só que a técnica não funciona, e após uma segunda tentativa, Trunks especula que tal acontece porque como Goku se tornou pequeno com a Dragon Balls, ele não é capaz de fazer a técnica... Hã?

"Isto está tudo ao contrário. Até nós."

Esta explicação não faz sentido nenhum. O uso da Shunkan Idou nunca tirou tanta energia a Goku. Ele somente necessita de sentir um Ki e pode deslocar-se sem grandes problemas. Não tem nada a ver com o tamanho da pessoa que a executa. Se assim fosse, ele não seria sequer capaz de voar ou mesmo transformar-se em Super Saiya-jin. Mas isto já sou eu a especular...
O trio lá decide ir atrás deles à boa maneira antiga. Enquanto isso, temos a oportunidade de conhecer melhor o rei de Imegga: Don Kia está a comer um parfait quando os seus guarda-costas Gel e Sheela surgem para relatar a recuperação da nave dos heróis. Ao que parece, a nave não tem qualquer valor, e o rei decide que o melhor será desmontá-la e vender as peças a um ferro velho.
Nessa noite, Goku, Trunks e Pan esgueiram-se no palácio e após terem enganado a segurança, começam a conversar e a perguntar-se por que raio o rei queria roubar-lhes a nave. É então que Goku descobre a nave com grande facilidade, e os três tentam ser o mais silenciosos possível enquanto se aproximam. Contudo, apesar de todo o cuidado, uma lata atirada por um dos guardas acerta na cabeça da Pan, fazendo-a chorar. Bem, a lata devia ser de ferro ou de chumbo, para fazer a pequena chorar. Uma lata vazia mal tem peso, e se a atirarmos à cabeça de alguém, nem um galo provoca. Como é possível fazer chorar uma rapariga que ainda por cima tem sangue Saiya-jin?
Ao menos Trunks e Goku conseguem calá-la a tempo. Só que nesse mesmo instante, uma pedra cai na cabeça de Trunks e fá-lo cair para trás. A queda afecta o robô que está na mochila de Pan, e os bips que provoca denuncia a posição dos três. Eles então não têm outra escolha senão lutar contra os guardas para recuperar a nave. E é aqui que as coisas começam a ficar interessantes. Apesar dos guardas não darem luta, é bom ver os nossos heróis fazerem aquilo que sabem fazer melhor, e isso fez o episódio ficar mais interessante.
Pan apodera-se de um veículo de reboque, e Goku liberta a nave. Trunks junta-se a eles, e durante uma cómica cena em que a pequena conduz o veículo horrivelmente, Gel e Sheela tentam travá-los, lançando um raio laser em conjunto, que Goku deflecte com o seu Kamehameha. A onda de energia acaba por sair disparada pelo ar, sendo deflectida por outro dos guarda-costas de Don Kia, que parece ser bem mais forte que Gel e Sheela. O indivíduo (de seu nome Ledgic) de alguma forma reconhece os invasores como Saiya-jins, mas nada faz para os perseguir. Depois de todas estas peripécias, o trio consegue então escapar do palácio com a nave.
Don Kia fica furioso, acabando por insultar os seus guarda-costas. Contudo, Ledgic não gosta do comentário do rei, e encara-o seriamente, amedrontando-o. Felizmente para Kia, as câmaras de vigilância captaram os rostos dos invasores, e este engendra um esquema para não os deixar escapar do planeta.
No dia seguinte, o trio deixa a nave bem escondida no deserto e regressa à cidade para comprar as peças que necessita. Mas desta vez há algo de estranho nas pessoas: toda a gente foge deles quando os vê. Os três ficam confusos, até que Trunks repara em algo que, por alguma razão, não tinham reparado quando chegaram à cidade, uma vez que é algo que está espalhado pelas paredes.

Pelos vistos, também há pistoleiros em Imegga.

É verdade. Há cartazes de "Procurados" colados em todos os lados, tudo porque eles recuperaram a nave do palácio na noite anterior. E há mesmo cartazes gigantescos, que seriam impossíveis de não se fazerem notar. É então que a polícia chega, e os três apressam-se a fugir deles, porque, segundo a Pan, não é sensato bater nos agentes da autoridade. Fugir também não melhora a vossa situação, Pan. Não sei se sabes disso. Quem não deve, não teme; nunca ouviste falar?
Ao fim do dia, debaixo da chuva, os três decidem voltar à nave. É então que o pequeno robô começa a fazer uns ruídos estranhos. Pan tenta calá-lo com uma cotovelada, mas Trunks repara logo qual é a causa dos ruídos: ele detectou uma grande quantidade de indivíduos dirigindo-se a eles. Os três escondem-se, e rapidamente testemunham a chegada de vários veículos da polícia. Gel e Sheela estão entre eles, e a mulher ordena aos agentes para encontrarem os criminosos. O episódio termina com o trio bem escondido.

E este foi o 4º episódio de Dragon Ball GT. Um episódio nada mau, que finalmente trouxe alguma acção à história, assim como alguns inimigos mais dignos. No próximo episódio teremos a conclusão deste pequeno arco, no qual os nossos heróis confrontam Kia e testemunham o poder do seu guarda-costas mais poderoso. Fiquem por perto para o episódio "O Mais Forte! Ledgic, o Guarda-Costas!"

terça-feira, 9 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 3: Os Derradeiros Extorçores! Imegga, o Planeta dos Mercadores

Este episódio não foi mau, mas mais uma vez não se encaixou naquilo que eu considero um bom episódio de Dragon Ball. A busca pelas esferas de estrelas negras pelo universo é reminiscente dos primeiros episódios da série, com Goku, Bulma e companhia nas suas aventuras. Contudo, esta busca pelo espaço sempre me fez alguma confusão. Como raio o Radar do Dragão iria conseguir captar a energia das Dragon Balls de estrelas negras se nunca as captou antes? Como poderia a Bulma ter configurado o aparelho para as poder encontrar, sendo que nunca as viu e de certa forma não podia modificar o radar? E quão bom é o alcance do radar para ser capaz de captar as esferas pelo espaço, sabendo que o Universo é... um oceano de estrelas?

Desculpa, Claude. Não volto a fazer referências a Star Ocean.

O terceiro episódio (intitulado "Os Derradeiros Extorçores! Imegga, o Planeta dos Mercadores") começa com Trunks perseguindo a Pan pela nave para tentar recuperar a chave dos controles principais. Ela recusa-se porque devolver-lhe a chave significava voltar para a Terra, então, para tramá-lo de vez, ela... coloca deixa cair a chave no interior da roupa. Mas que patifaria, hã?
Entretanto na Terra, Bulma tenta perceber de que parte da nave veio a peça que lhe caiu aos pés no fim do episódio anterior, acabando por perceber que vinha de um dos foguetes que controla a direcção da nave. Isso alarma-a, pois sabe o que isso quer dizer. Ao mesmo tempo, Chi-Chi está a estender a roupa em casa, e fica pensativa quanto à ida de Goku e Pan ao espaço, que já tinha sido há uma semana. Então eles todos sabem que a Pan partiu para o espaço e não estão minimamente zangados nem preocupados com ela? Bela família que a pequena tem...
No espaço, Pan está irrequieta com as limpezas, e enquanto passa a esfregona pela nave, ela distribui tarefas aos outros, para grande desagrado deles. Então, sentem um forte abalo, e quando vão ver à janela, reparam num dos foguetes da nave desaparecer no espaço. Goku e Pan ficam com cara de quem não percebe nada, enquanto Trunks fica em estado de choque. Não tarda para que mais abalos e pequenas explosões comecem a sacudi-los pelo espaço, pelo que têm de fazer uma aterragem de emergência.
Acabam por ir ter ao planeta mais próximo que encontraram, aterrando numa zona deserta, sem grandes problemas. Decidem então visitar uma cidade que está por perto, encontrando um grande mercado cheio de gente. É então que, segundo um mercador, o trio está no planeta Imegga. Trunks partilha a sua ideia de ficar num hotel e preocuparem-se com o conserto da nave no dia seguinte, quando são literalmente cercados por uma multidão de mercadores que lhes vendem tudo e mais alguma coisa, sem que eles sequer se lembrem de lhes pedir o que quer que seja. Quando Trunks revela que só precisam de peças para reparar a nave, a sua situação piora, pois todos os comerciantes vendem-lhes todos os tipos de peças e equipamentos electrónicos. O pior é que nenhum dos comerciantes aceita devoluções, e os custos são exorbitantes. Quer dizer... Pelo menos penso que são exorbitantes, pois em Imegga a moeda corrente chama-se Gamets, enquanto a da Terra, no universo de Dragon Ball, é Zeni. Já agora, como conseguiram eles pagar aquilo tudo se não tinham a moeda daquele planeta? Será que é válido pagar com Zenis? Quanto é que vale 1 Gamet em Zenis? Será que estes mercadores aceitam qualquer forma de dinheiro dos outros planetas? Neste caso, se Trunks tivesse sido esperto, teria inventado uma moeda (tipo com um botão, uma folha de papel com um desenho, qualquer coisa) e dito que é a forma de pagamento da Terra. Ou apenas pagava um Zeni a cada um dos mercadores e dizia que cada moeda valia 100.000 Gamets. Depois tinham de esperar que recebessem o troco e ainda ficavam com mais dinheiro. Mas não, aposto que deixaram estourar tudo que tinham... Mas pensando bem... Quem raio leva dinheiro para uma viagem pelo espaço?

"Levem-me de volta para a Terra! Já não aguento estes plotholes"

Escapando-se dos mercadores, o trio consegue chegar a um hotel, e alugam um quarto para passar a noite. O quarto é bastante luxuoso, e os três ficam aliviados por estarem a salvo dos extorçores. A Pan aproveita para ir tomar um banho, Goku vai ver o que há para comer e Trunks deixa-se cair na cama e liga a TV, apanhando uma notícia sobre um tal de Don Kia que está a ter uma audiência com o povo. É então que Pan fica alarmada com o facto de não conseguir fechar a torneira do chuveiro. Trunks salta da cama em direcção à casa de banho, mas não consegue continuar porque uma corrente o prendeu à cama. Entretanto, Goku sai disparado da cozinha, envolto numa avalanche de comida, completamente contente. Pan revela que existe um contador junto ao chuveiro, e não tarda para que eles encontrem mais contadores... na cama, no frigorífico da cozinha, na televisão, nos candeeiros, na ventoinha, nos relógios... em basicamente tudo no quarto. Trunks quebra a corrente e os três fogem do hotel para uma noite fria e chuvosa. Pan e Goku discutem, com ela a culpá-lo de tudo o que lhes está a acontecer, com um berreiro daqueles que é de quem está a pedir por uma valente galheta. Mas ela continua a queixar-se, até que por acidente cai no interior da casa de um pobre casal de alienígenas com dois filhos. Os três acabam por se abrigar na casa, e quando o casal está prestes a explicar o porquê de toda a gente naquele planeta querer fazer dinheiro, uma equipa de robôs surge, obrigando o casal a pagar o aluguer da casa. Como eles não têm dinheiro para o fazer, os robôs começam a desmontar a casa, perante o ar perplexo do trio. É então que o casal conta-lhes o que se passa com aquele planeta. Desde que Don Kia se tornou o soberano daquele planeta, as pessoas vêm pedindo-lhe empréstimos para poder pagar os alugueres. O problema é que com as taxas altíssimas, a maior parte das pessoas tem problemas em pagar as dívidas, e por isso muitos tentam fazer tudo por tudo para ganhar dinheiro.
Os robôs terminam o seu trabalho e vão-se embora, e Goku propõe dar-lhes uma lição e devolver as coisas ao casal. Mas eles recusam, porque uma rebelião contra Don Kia levaria apenas a que este largasse o seu exército pessoal. Os três amigos ficam entristecidos com o que se passa em Imegga, e no dia seguinte, quando voltavam para a nave, Pan pergunta-se se alguma vez as pessoas daquele planeta alguma vez poderão viver decentemente. Trunks responde que mesmo que lhes custe, eles nada poderão fazer contra isso, pois cada planeta tem as suas regras. É então que Pan lembra-se de perguntar se não haveria uma Dragon Ball naquele planeta, e quando Trunks vai a conferir, uma voz metálica assusta-o, deixando cair o radar. O aparelho cai junto de um estranho robô, que não perde tempo a engoli-lo. O trio fica alarmado, e Trunks tenta recuperar o radar, mas o robô recusa-se a fazê-lo, dizendo que o aparelho servia para lhe recarregar as energias. Quando o jovem o confronta mais de perto, Pan aponta para adiante, onde a nave deles está a ser rebocada.

"Parem com isso! Isto tem cada vez menos a ver com Dragon Ball!"

O robô acaba por escapar de Trunks, e este fica indeciso sobre o que fazer: persegui-lo ou ir atrás da nave. Acaba por ir atrás do pequeno esquivo robô, e após as suas fracas tentativas de o apanhar, lá lhe consegue deitar a mão. O episódio termina com os três a mirarem a nuvem de poeira que se forma no horizonte, provocada pelo reboque da nave. Infelizmente, ir atrás deles a voar não lhes passa pela cabeça, mesmo sabendo que o podiam fazer com grande facilidade.

Este episódio encerrou o primeiro VHS que saiu cá em Portugal. Sim, cada cassete tinha apenas três episódios, e depois de os ver, confesso que a minha vontade de continuar a ver não era assim tanta. Há várias falhas na história, inconsistências impensáveis... enfim, nada que nos dê vontade de continuar. Contudo, há uma certa curiosidade em saber como eles se vão desenvencilhar, ou como vão conseguir encontrar as Dragon Balls, agora que já não têm o Radar do Dragão, e talvez seja isso que vai fazer um verdadeiro fã da série continuar a ver os episódios. Por isso acompanhem-me no próximo post, em que vou falar do episódio 4, intitulado "Procurado! Goku é um Criminoso?"

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 2: Eu Sou a Líder! Pan Parte para o Espaço!

Antes de começar com a crítica ao 2º episódio de Dragon Ball GT, tenho de salientar umas coisas que me esqueci de falar no post anterior. Em primeiro lugar, eu escrevo estas críticas extensivas com base na versão original da série. Ou seja, não estou a cobrir a versão dobrada em português nem em qualquer outro idioma que não o japonês. E com isto, é natural que para quem conheça mais a versão portuguesa tenha algumas dificuldades em saber de quais personagens estou a falar, quando os seus nomes foram alterados nas séries anteriores. Por exemplo, em vez de referir uma certa personagem como "Coraçãozinho de Satã", refiro-me a ele pelo nome original, "Piccolo". Em vez de falar do "Hércules", eu prefiro falar no "Satan". E por muito embaraçoso que seja dizer o nome original da "Kika", tenho de ser justo e chamar-lhe "Chi-Chi". O mesmo acontecerá com o nome dos episódios, que é retirado do Dragon Ball Wiki e sujeito a uma tradução da minha autoria.
Em segundo lugar, sendo isto uma crítica extensiva, não posso deixar de parte as músicas da série. E se há coisa que eu não digo mal em Dragon Ball GT é das músicas de abertura e encerramento. A música de abertura Dan Dan Kokoro Hikareteku é fenomenal e traz uma excelente musicalidade que está mais do que à altura devida de uma série deste calibre. Até me atrevo a dizer que a própria abertura é superior à série. A música vem acompanhada com imagens de Goku, Trunks e Pan nas suas aventuras pelo espaço, e tais imagens continuam a ser exibidas até ao fim da série, mesmo sabendo que toda a busca dura até cerca de metade.
Por sua vez, a primeira música de encerramento, Hitori ja Nai também se adapta bem ao ritmo da série, conseguindo encerrar cada episódio com um bom tom, mostrando mais imagens dos nossos heróis pelo espaço, desta vez em momentos mais relaxados.
Com isto arrumado para o lado, eis que vos trago a crítica ao segundo episódio de Dragon Ball GT, intitulado "Eu Sou a Líder! Pan Parte para o Espaço!"

Confesso que este episódio é estranho. Como se não tivessem nenhuma outra ideia para aplicar, os criadores decidiram espetar com as ideias mais estapafúrdias que conseguiram arranjar. Basicamente, este episódio é toda a definição de enchimento de chouriços que conseguirem arranjar. E acreditem... isto ainda é o 2º episódio.
O episódio começa com uma limusina voadora aterrando à entrada da famosa empresa Capsule Corporation, sendo recebida por um grande número de funcionários. Quem sai do veículo não é nada mais nada menos que Trunks, o actual Presidente da empresa.

"Tudo o que sempre quis."
Aparentemente, nesta série, Trunks é um popular presidente da mais conhecida empresa do mundo. E pelos vistos está a fazer um excelente trabalho, já que todo o edifício pára só para o ver passar. Contudo, apesar de estar bem na vida e do respeito e admiração que tem, o jovem não está contente com tamanha responsabilidade, e logo que vê uma oportunidade, esgueira-se pela janela do seu gabinete e diverte-se a voar por entre as nuvens, rumo a um destino incerto.
Entretanto, em casa de Goku, Son Goten está ao telemóvel, combinando um encontro com, segundo a Pan, uma namorada nova. Nada a apontar aqui; no final da série Z, Goten já mostrava ser um Don Juan no que tocava a miúdas. Enquanto isso, Goku, Chi-Chi, Gohan e Videl falam acerca dos preparativos para a viagem pelo espaço numa nave construída pela Bulma. Goku continua de pé atrás quanto à ideia de ir, e até sugere usarem as Dragon Balls da Terra para mudarem todos para outro planeta. Ah, agora já te lembras que elas existem? É só quando convém, não é?
Mesmo assim, Videl e Chi-Chi concordam em que essa deva ser uma medida de último recurso, pois ninguém gostaria de deixar o lugar onde nasceu. Gostava de ver essa dedicação toda por parte das pessoas quando o lugar onde nasceram está em risco de desaparecer. Gohan decide ir com Goku na viagem, e ao saber disto, Pan oferece-se para ir com o pai, sendo recusada por todos, para desagrado da pequena.
Na casa de Bulma, temos o primeiro vislumbre da nave que os vai levar pelo espaço, que, nas palavras de Goku, parece um polvo. Apesar do tamanho considerável, só há espaço para três pessoas.
Entretanto, uma pessoa sai da casa, sendo logo observada secretamente por um estranho homem com um walkie-talkie e uns binóculos. É então que vemos e ouvimos uma descrição da pessoa que esse mesmo homem faz ao seu contacto: cabelo em pé, testa grande e de bigode. Mas que personagem de Dragon Ball encaixa nesta descrição? A sério que agora não estou bem a ver quem...

"Voltei, miúdas! Mais sexy que nunca."
O VEGETA? DE BIGODE? Mas quem foi o imbecil sem amor pela própria vida que se lembrou de dar um bigode a esta personagem? E logo um que o faz parecer uma estrela pornográfica. E aquele cabelo? O que raio de mal se passava com o cabelo dele para que o tivessem de dar um aspecto ridículo? Vá lá que ao menos não tenho nada contra o vestuário... Mas aquele bigode... Ugh!!!
Continuando. Tentando fazer-se de útil, Pan vai ter com Gohan e oferece-lhe ajuda, mas este recusa e diz-lhe para em vez disso ir ter com a mãe. Quando Pan vai ter com Videl, esta diz-lhe para ir ter com o pai. Enraivecida, Pan dá um pontapé na nave, causando o deslocamento de um dos propulsores (creio eu) da nave e uma amolgadela. Depois de ter tão pobremente emendado a amolgadela (colocando uma máquina qualquer a esconder) Pan decide ir dar uma volta, sendo seguida por Goku. Nenhum dos dois se apercebe do estranho homem do walkie-talkie, que aparentemente tem intenções de raptar a filha da Bulma, mas que por incrível que pareça não sabe sequer como ela é, confundindo-a com a Pan. Contudo, essa confusão não é importante porque Pan acaba por se ir embora a voar mesmo quando o homem a ia agarrar, acabando por deitar a mão a Goku. Apesar do chefe dele ficar zangado pelo homem ter capturado um rapaz, ambos os bandidos pensam se o pequeno não será algum filho ilegítimo da Bulma. Ora bem, o facto de haver um rapaz com uma ligação à Capsule Corporation não significa logo que seja familiar ilegítimo dos membros dessa empresa. Pode ser o filho de um funcionário ou de um familiar amigo. Mas estes tipos sabem sequer o que estão a fazer?

"Por favor, menina, eu queria efectuar a devolução deste VHS,
juntamente com esta criança."
O chefe tenta contactar com Bulma e exigir um resgate, mas a chamada cai antes mesmo que ela percebesse o que se está a passar. Enquanto isso, Pan vai visitar o seu avô Satan e desabafa com ele sobre o facto de todos a tratarem como uma criança. E... nada de mais. São cenas que servem apenas para ocupar mais minutos no episódio. Aliás, é sempre mais divertido ver Goku e um dos bandidos andarem na montanha-russa enquanto o outro tenta mais uma vez pedir um resgate. E a quem vai ele telefonar? Ao Vegeta. Escusado será dizer que as ameaças de morte ao pequeno não são levadas a sério, e o Bigodes desliga-lhe o telefone na cara. Por muito divertido que isso possa ser, uma coisa me fez confusão nesta cena: a atitude de Goku. Não estou a falar pelo facto de ele estar a confiar tão facilmente em dois estranhos; já sabemos que ele sempre confiou demasiado nas pessoas. Do que eu estou a falar é do comportamento acriançado dele. Tudo bem que ele agora é uma criança, mas a atitude e a personalidade dele deviam ser inalteráveis. Não é como se as memórias dele como adulto se tivessem perdido quando ele encolheu, ele ainda as manteve. E as experiências que o fizeram um adulto continuam bem vivas, por isso é que mesmo revertendo a uma idade mais jovem ele devia manter a sua maturidade e ter um comportamento mais adulto perante as situações. Detective Conan, por exemplo, teve a mesma premissa, embora em situações diferentes: o protagonista é transformado numa criança pelos vilões, mas a sua maturidade manteve-se. A diferença é que para evitar que a sua verdadeira identidade seja descoberta, ele tem de viver todos os dias como uma criança, comportando-se como uma para não dar nas vistas. Em Dragon Ball GT praticamente toda a gente sabe que Goku é um adulto no corpo de uma criança, logo não há razão nenhuma para ele ter de se fazer passar por uma. Pode não ser fácil dar uma personalidade adulta a uma criança, mas pelo amor da santa, até o Trunks com 8 anos parecia bem mais maduro que o Goku nesta série.
Prosseguindo. Ao fim do dia, os bandidos ainda têm esperanças de conseguir algum dinheiro, mas têm dificuldades em encontrar um telefone. Então Goku, prestável como sempre, apressa-se a carregar uma cabine telefónica pelo ar, aterrorizando os dois bandidos e fazendo-os fugir a sete pés. E nunca mais os iremos ver. É impressão minha ou até agora os únicos vilões de Dragon Ball GT foram ladrões de bancos e raptores? Certamente adversários formidáveis dos nossos heróis e grandes ameaças à paz mundial. Mal posso esperar para ver chegar os carteiristas e os Skinheads.
Entretanto, pela segunda vez, Trunks esgueira-se do seu gabinete para ir voar. E é com isto que me pergunto como raio é ele tão bem sucedido se passa a vida a fugir ao trabalho e aos compromissos. É que ele parece ser uma pessoa respeitável no mundo dos negócios, e com isso tem toneladas de trabalhos para fazer e uma agenda preenchida, mas decide deitar tudo isso para o lado, arriscando a empresa, para se divertir. Claro que essas escapadelas terão de acabar a uma altura, e é nesse mesmo dia que Trunks é apanhado por Vegeta, que não se surpreende com a atitude do filho. É então que descobrimos que a ideia de Vegeta é obrigar Trunks e Goten a acompanharem Goku na viagem pelo espaço, alegando que os dois estavam com falta de treino, e nenhuma das desculpas que os dois dão chega para o demover da sua decisão.

"Venham daí, rapazes. O meu bigode é demasiado bom para uma viagem destas."
É então que finalmente chega o momento da descolagem. Goku, Goten e Trunks estão prestes a embarcar quando o telemóvel de Goten começa a tocar e este fica a atender a chamada enquanto os outros sobem. Enquanto isso, Videl pergunta pela Pan, e Gohan aproveita o momento para apresentar à audiência a filha da Bulma e do Vegeta, a Bra. Lembram-se dela, não se lembram? Passou-nos quase completamente despercebida no final da série Z, e aqui, para que ela não fosse completamente ignorada, decidiram apresentá-la com a roupa mais sensual que lhe conseguiram arranjar. Isso vai compensar pelas cerca de cinco frases que ela vai dizer ao longo da série, não?
Goku e Trunks vão para a sala de controlo da nave (enquanto Goten tenta fazer-se perceber ao telemóvel) e qual não é o espanto deles quando encontram a Pan já lá sentada. E antes que eles se lembrassem de perguntar o que estava ela ali a fazer, a pequena pressiona o botão de descolagem e a nave parte imediatamente em direcção ao espaço, deixando o pobre do Goten para trás. E enquanto os outros olham aparvalhados a nave desaparecer ao longe, uma pequena peça cai aos pés de Bulma, deixando-a alarmada.

Como disse, este episódio foi muito estranho para mim. Ver personagens fora do seu contexto original foi um tanto complicado de engolir, mas tendo em conta que muito tempo se passou desde a série Z, não me posso queixar das mudanças que essas personagens sofreram. Ver o Vegeta de bigode foi uma tortura das grandes, mas felizmente que ele não o vai manter pelo resto da série. As peripécias de Goku com os bandidos não levou a nada, excepto a encontrar uma forma de encher vinte minutos de episódio, à falta de melhores ideias. Há quem se queixe dos fillers das outras séries, mas isto foi ainda mais desnecessário que essas situações.
Na próxima Crítica Extensiva, o nosso Trio Maravilha chega ao seu primeiro destino, num episódio intitulado: "Os Derradeiros Extorçores! Imegga, o Planeta dos Mercadores!"

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 1: As Misteriosas Dragon Balls Aparecem! Goku Volta a Ser Criança?

Quem não gostava de Dragon Ball quando cá estreou em Portugal? Quem era o petiz que não delirava com as aventuras de Son Goku e seus amigos na sua incessante luta contra as forças do mal? Vamos ser francos: não era para qualquer um, mas o anime foi um sucesso tal que gerou um culto de seguidores no mundo inteiro. Aqui, até universitários faltavam às aulas para ver Dragon Ball. Naquele tempo, havia um carinho e uma dedicação a esta série que hoje em dia já não se vê. Quando o último episódio de Dragon Ball Z deu na televisão, foi difícil acreditar que aventuras tão épicas tinham terminado. Foi o adeus a uma série que muito nos fez sonhar e muito nos ensinou. Claro que ao longo dos anos, os filmes e os episódios se repetiram vezes sem conta, mas já sabíamos que tudo aquilo tinha um fim, e era sempre doloroso quando o sentíamos aproximar-se.
Por isso o meu ânimo quando vi na televisão o anúncio do primeiro VHS de Dragon Ball GT.


A minha excitação sobrepôs-se à minha dúvida (por que estariam a lançar Dragon Ball GT em VHS em vez de o passar na TV?) e não descansei enquanto não pusesse as mãos na mítica cassete com a capa totalmente em preto, só mesmo se destacando o nome da série e nada mais, como que tentando não expôr nada que estragasse a surpresa.

"How much more black could this be?
And the answer is... none. None more black."

Mal eu sabia que ao comprar aquele VHS estaria a arriscar a minha crença numa das maiores séries de todos os tempos.
Acontece que só muito depois é que descobri que esta série não tinha sido criada pelo Mestre Akira Toriyama, e isso explicou muita coisa: a fraca história, as personagens fora de personalidade, os estranhos vilões, o número de episódios... E é exactamente no número de episódios que esta série mais me desiludiu.
O Dragon Ball original tem 151 episódios, e a série Z tem quase o dobro. GT tem... 64. E isto sem contar com o OVA que se passa 100 anos depois e que contradiz com coisas que acontecem na própria série.
Nestes posts, irei fazer uma crítica extensiva a cada um dos episódios de Dragon ball GT, resumindo-os e fazendo uma análise da história, das personagens, basicamente de tudo e mais alguma coisa. Cada post será de um episódio, e espero que não levem as minhas críticas a mal. É que sei que andam por aí fãs que adoram esta série.
Iniciemos então a crítica ao primeiro episódio, intitulado: "As Misteriosas Dragon Balls Aparecem! Goku Volta a Ser Criança?"

O episódio começa com a chegada de umas estranhas personagens ao palácio de Dende enquanto algo de muito estranho se está a passar no templo sagrado. Fortes explosões anunciam uma tremenda batalha que está a ocorrer entre Son Goku e Uub, como parte do treino que o primeiro tinha prometido no final de Dragon Ball Z. A luta é intensa e quase destrói o templo, mas isso não impede que as três estranhas personagens invadam-no, trepando incessantemente até ao topo... o que não faz quase sentido nenhum, uma vez que eles tinham voado até ali e em vez de sobrevoar o templo e aterrar num sitio mais seguro, decidem trepar pelos lados, sujeitos a levar com uma explosão em cima... o que acontece.
É então que descobrimos quem este trio é: nada mais nada menos que Pilaf e os seus dois capangas Mai e Shu. Lembram-se deles, quando eram vilões menores em Dragon Ball? Pois parece que eles voltam nesta série, e com o peso dos anos mesmo visível nos seus rostos. Os planos deles não mudaram desde as últimas vezes, pois os seus objectivos passam por encontrar as Dragon Balls de estrelas negras que se encontram escondidas nas profundezas do templo...
Esperem lá: Dragon Balls de estrelas negras?

Andavam eles à procura das outras, quando podiam ter tido estas logo todas juntas...
Certamente que todos vocês se lembram que as Dragon Balls que conhecemos têm estrelas vermelhas. Então de onde surgiram estas? Bem, segundo as pesquisas de Pilaf, estas Dragon Balls foram criadas antes da separação do Kami e do Piccolo Daimaoh, quando o seu poder estava no auge. "Por que raio elas não foram mencionadas antes", perguntam vocês? Sabe-se lá; os criadores desta série necessitavam de um plot device. 
Com uma facilidade tremenda, Pilaf e os outros encontram estas relíquias, e em vez de as levarem para longe do templo, decidem invocar Shenron logo ali, mesmo sabendo que cinco minutos antes estava a acontecer uma batalha tremenda que os podia dizimar num segundo.

Nem precisam de fazer facepalm. Ele fá-lo por vocês...
Entretanto, Goku e Uub terminam o treino, e o rapaz despede-se e decide regressar a casa. Depois de mais uma farta refeição, Goku decide partir também, até que vê uma luz estranha vinda de onde o Pilaf e os outros estão. Pilaf consegue chamar o Ultimate Shenron (que não é o dragão verde que estamos acostumados a ver na série, mas sim um vermelho... a única diferença entre ambos), mas quando se prepara para pedir o seu desejo, eis que a chegada de Goku o interrompe. Ao início, Pilaf não o reconhece, mas não demorou muito até se lembrar de todas as vezes que o nosso herói lhe estragou os planos. Num acto de raiva, Pilaf demonstra o quão gostaria que Goku fosse como a criança de antes para o poder esmagar como um insecto. O dragão entendeu isso como um desejo e em segundos transforma Goku numa criança, trazendo um dos maiores problemas de Dragon Ball GT. Esta foi a melhor coisa que os criadores desta série conseguiram arranjar para dar continuidade a um dos melhores animes de sempre? Pegar no nosso herói e fazer dele uma criança? Não é que ele já estivesse demasiado velho para continuar; a luta contra o Uub provou que ele encontra-se em plena forma. Eu consigo pensar em milhares de formas de continuar uma magnífica história destas, e não é necessário criar outras Dragon Balls, nem tornar ninguém criança. Enfim...
Após o "desejo" ter sido concretizado, o dragão vermelho desaparece, espalhando as Dragon Balls por todos os lados. E é aqui que dizemos adeus à gangue do Pilaf, pois eles não mais vão aparecer nesta série (tirando uma cena mais à frente). Belo desperdício de personagem.
Ao saber do sucedido, Kaio-Sama explica que a única forma de Goku voltar a ser adulto é reunir a Dragon Balls de estrelas negras e pedir o desejo ao dragão... Ou procurar as outras Dragon Balls, as de estrelas vermelhas, e fazer o desejo. Penso que isso seria mais fácil, considerando que, segundo o Sr. Popo, as Dragon Balls de estrelas negras espalham-se pelo Universo depois de realizarem um desejo. No entanto, não consideram a hipótese de reunir as outras uma única vez. Quando Goku se vê confrontado com a possibilidade de ter de viajar pelo espaço, ele simplesmente conforma-se com a sua situação e decide ficar pequeno. E mais uma vez, NINGUÉM se lembra que as outras Dragon Balls poderiam ser usadas. É incrível pensar que antes eles pensavam nelas a toda a hora, e agora nem se lembram da sua existência.
Depois de Goku se despedir de Dende e do Sr. Popo, a cena muda para uma cidade, onde um assalto a um banco está a decorrer. Coincidentemente, a mesma cidade onde o Mestre Muten Roshi aparece para se deslumbrar com as belas mulheres que por ali passam. Coincidentemente, a mesma cidade que tem um restaurante onde Goku está a comer. COINCIDENTEMENTE, a mesma cidade onde a Pan está a ter um encontro. Quem disse afinal que não há coincidências, hã?
Bem, a Pan e o "namorado" decidem ir ver um filme, mas devido ao assalto, não os deixam passar. Enraivecida, ela avança para travar os assaltantes, acabando por se encontrar com Goku, que também aparece na cena do crime para tratar das coisas. Nenhum dos dois reconhece o outro, e Goku pouco ou nada consegue fazer, enquanto vê Pan dar cabo dos assaltantes. O rapaz que estava com ela fica tão aterrorizado com a força dela que a deixa pendurada. No meio daquilo tudo, Muten Roshi aparece, sendo reconhecido por ambos os jovens. O velhote faz uma festa tremenda ao reencontrar-se com o seu antigo aluno, e Pan recebe um choque ao perceber que o seu avô virou uma criança mais pequena que ela.

"Não penses que te vou mudar a fralda, como fizeste comigo!"
Em casa de Goku, Chi-Chi está destroçada por ver o marido em criança, e jura a pés juntos que ele fez aquilo para a irritar. Não tarda para que Kaio-Sama contacte Goku e lhe diga algo muito alarmante: caso não encontre as Dragon Balls de estrelas negras e as reúna no prazo de um ano, o planeta em que foram usadas explodirá. E com o ar de choque de todos os ocupantes da sala, o episódio termina.

Não posso dizer que este episódio foi mau, mas não esteve à altura de uma verdadeira continuação de Dragon Ball Z. Foi apenas o primeiro, e grande parte das personagens não apareceram ainda, por isso não podemos dizer o quanto as suas personalidades mudaram em relação à série anterior. O ambiente não esteve mau, e a luta inicial esteve bem fiel aos combates da série anterior. A nível artístico, nota-se uma certa melhoria nos desenhos das personagens, o que chega a ser impressionante, tendo em conta que Dragon Ball GT estreou em 1996.
No próximo episódio: "Eu Sou a Líder! Pan Parte para o Espaço!"