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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Crítica Extensiva: Dragon Ball GT - Episódio 1: As Misteriosas Dragon Balls Aparecem! Goku Volta a Ser Criança?

Quem não gostava de Dragon Ball quando cá estreou em Portugal? Quem era o petiz que não delirava com as aventuras de Son Goku e seus amigos na sua incessante luta contra as forças do mal? Vamos ser francos: não era para qualquer um, mas o anime foi um sucesso tal que gerou um culto de seguidores no mundo inteiro. Aqui, até universitários faltavam às aulas para ver Dragon Ball. Naquele tempo, havia um carinho e uma dedicação a esta série que hoje em dia já não se vê. Quando o último episódio de Dragon Ball Z deu na televisão, foi difícil acreditar que aventuras tão épicas tinham terminado. Foi o adeus a uma série que muito nos fez sonhar e muito nos ensinou. Claro que ao longo dos anos, os filmes e os episódios se repetiram vezes sem conta, mas já sabíamos que tudo aquilo tinha um fim, e era sempre doloroso quando o sentíamos aproximar-se.
Por isso o meu ânimo quando vi na televisão o anúncio do primeiro VHS de Dragon Ball GT.


A minha excitação sobrepôs-se à minha dúvida (por que estariam a lançar Dragon Ball GT em VHS em vez de o passar na TV?) e não descansei enquanto não pusesse as mãos na mítica cassete com a capa totalmente em preto, só mesmo se destacando o nome da série e nada mais, como que tentando não expôr nada que estragasse a surpresa.

"How much more black could this be?
And the answer is... none. None more black."

Mal eu sabia que ao comprar aquele VHS estaria a arriscar a minha crença numa das maiores séries de todos os tempos.
Acontece que só muito depois é que descobri que esta série não tinha sido criada pelo Mestre Akira Toriyama, e isso explicou muita coisa: a fraca história, as personagens fora de personalidade, os estranhos vilões, o número de episódios... E é exactamente no número de episódios que esta série mais me desiludiu.
O Dragon Ball original tem 151 episódios, e a série Z tem quase o dobro. GT tem... 64. E isto sem contar com o OVA que se passa 100 anos depois e que contradiz com coisas que acontecem na própria série.
Nestes posts, irei fazer uma crítica extensiva a cada um dos episódios de Dragon ball GT, resumindo-os e fazendo uma análise da história, das personagens, basicamente de tudo e mais alguma coisa. Cada post será de um episódio, e espero que não levem as minhas críticas a mal. É que sei que andam por aí fãs que adoram esta série.
Iniciemos então a crítica ao primeiro episódio, intitulado: "As Misteriosas Dragon Balls Aparecem! Goku Volta a Ser Criança?"

O episódio começa com a chegada de umas estranhas personagens ao palácio de Dende enquanto algo de muito estranho se está a passar no templo sagrado. Fortes explosões anunciam uma tremenda batalha que está a ocorrer entre Son Goku e Uub, como parte do treino que o primeiro tinha prometido no final de Dragon Ball Z. A luta é intensa e quase destrói o templo, mas isso não impede que as três estranhas personagens invadam-no, trepando incessantemente até ao topo... o que não faz quase sentido nenhum, uma vez que eles tinham voado até ali e em vez de sobrevoar o templo e aterrar num sitio mais seguro, decidem trepar pelos lados, sujeitos a levar com uma explosão em cima... o que acontece.
É então que descobrimos quem este trio é: nada mais nada menos que Pilaf e os seus dois capangas Mai e Shu. Lembram-se deles, quando eram vilões menores em Dragon Ball? Pois parece que eles voltam nesta série, e com o peso dos anos mesmo visível nos seus rostos. Os planos deles não mudaram desde as últimas vezes, pois os seus objectivos passam por encontrar as Dragon Balls de estrelas negras que se encontram escondidas nas profundezas do templo...
Esperem lá: Dragon Balls de estrelas negras?

Andavam eles à procura das outras, quando podiam ter tido estas logo todas juntas...
Certamente que todos vocês se lembram que as Dragon Balls que conhecemos têm estrelas vermelhas. Então de onde surgiram estas? Bem, segundo as pesquisas de Pilaf, estas Dragon Balls foram criadas antes da separação do Kami e do Piccolo Daimaoh, quando o seu poder estava no auge. "Por que raio elas não foram mencionadas antes", perguntam vocês? Sabe-se lá; os criadores desta série necessitavam de um plot device. 
Com uma facilidade tremenda, Pilaf e os outros encontram estas relíquias, e em vez de as levarem para longe do templo, decidem invocar Shenron logo ali, mesmo sabendo que cinco minutos antes estava a acontecer uma batalha tremenda que os podia dizimar num segundo.

Nem precisam de fazer facepalm. Ele fá-lo por vocês...
Entretanto, Goku e Uub terminam o treino, e o rapaz despede-se e decide regressar a casa. Depois de mais uma farta refeição, Goku decide partir também, até que vê uma luz estranha vinda de onde o Pilaf e os outros estão. Pilaf consegue chamar o Ultimate Shenron (que não é o dragão verde que estamos acostumados a ver na série, mas sim um vermelho... a única diferença entre ambos), mas quando se prepara para pedir o seu desejo, eis que a chegada de Goku o interrompe. Ao início, Pilaf não o reconhece, mas não demorou muito até se lembrar de todas as vezes que o nosso herói lhe estragou os planos. Num acto de raiva, Pilaf demonstra o quão gostaria que Goku fosse como a criança de antes para o poder esmagar como um insecto. O dragão entendeu isso como um desejo e em segundos transforma Goku numa criança, trazendo um dos maiores problemas de Dragon Ball GT. Esta foi a melhor coisa que os criadores desta série conseguiram arranjar para dar continuidade a um dos melhores animes de sempre? Pegar no nosso herói e fazer dele uma criança? Não é que ele já estivesse demasiado velho para continuar; a luta contra o Uub provou que ele encontra-se em plena forma. Eu consigo pensar em milhares de formas de continuar uma magnífica história destas, e não é necessário criar outras Dragon Balls, nem tornar ninguém criança. Enfim...
Após o "desejo" ter sido concretizado, o dragão vermelho desaparece, espalhando as Dragon Balls por todos os lados. E é aqui que dizemos adeus à gangue do Pilaf, pois eles não mais vão aparecer nesta série (tirando uma cena mais à frente). Belo desperdício de personagem.
Ao saber do sucedido, Kaio-Sama explica que a única forma de Goku voltar a ser adulto é reunir a Dragon Balls de estrelas negras e pedir o desejo ao dragão... Ou procurar as outras Dragon Balls, as de estrelas vermelhas, e fazer o desejo. Penso que isso seria mais fácil, considerando que, segundo o Sr. Popo, as Dragon Balls de estrelas negras espalham-se pelo Universo depois de realizarem um desejo. No entanto, não consideram a hipótese de reunir as outras uma única vez. Quando Goku se vê confrontado com a possibilidade de ter de viajar pelo espaço, ele simplesmente conforma-se com a sua situação e decide ficar pequeno. E mais uma vez, NINGUÉM se lembra que as outras Dragon Balls poderiam ser usadas. É incrível pensar que antes eles pensavam nelas a toda a hora, e agora nem se lembram da sua existência.
Depois de Goku se despedir de Dende e do Sr. Popo, a cena muda para uma cidade, onde um assalto a um banco está a decorrer. Coincidentemente, a mesma cidade onde o Mestre Muten Roshi aparece para se deslumbrar com as belas mulheres que por ali passam. Coincidentemente, a mesma cidade que tem um restaurante onde Goku está a comer. COINCIDENTEMENTE, a mesma cidade onde a Pan está a ter um encontro. Quem disse afinal que não há coincidências, hã?
Bem, a Pan e o "namorado" decidem ir ver um filme, mas devido ao assalto, não os deixam passar. Enraivecida, ela avança para travar os assaltantes, acabando por se encontrar com Goku, que também aparece na cena do crime para tratar das coisas. Nenhum dos dois reconhece o outro, e Goku pouco ou nada consegue fazer, enquanto vê Pan dar cabo dos assaltantes. O rapaz que estava com ela fica tão aterrorizado com a força dela que a deixa pendurada. No meio daquilo tudo, Muten Roshi aparece, sendo reconhecido por ambos os jovens. O velhote faz uma festa tremenda ao reencontrar-se com o seu antigo aluno, e Pan recebe um choque ao perceber que o seu avô virou uma criança mais pequena que ela.

"Não penses que te vou mudar a fralda, como fizeste comigo!"
Em casa de Goku, Chi-Chi está destroçada por ver o marido em criança, e jura a pés juntos que ele fez aquilo para a irritar. Não tarda para que Kaio-Sama contacte Goku e lhe diga algo muito alarmante: caso não encontre as Dragon Balls de estrelas negras e as reúna no prazo de um ano, o planeta em que foram usadas explodirá. E com o ar de choque de todos os ocupantes da sala, o episódio termina.

Não posso dizer que este episódio foi mau, mas não esteve à altura de uma verdadeira continuação de Dragon Ball Z. Foi apenas o primeiro, e grande parte das personagens não apareceram ainda, por isso não podemos dizer o quanto as suas personalidades mudaram em relação à série anterior. O ambiente não esteve mau, e a luta inicial esteve bem fiel aos combates da série anterior. A nível artístico, nota-se uma certa melhoria nos desenhos das personagens, o que chega a ser impressionante, tendo em conta que Dragon Ball GT estreou em 1996.
No próximo episódio: "Eu Sou a Líder! Pan Parte para o Espaço!"

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