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sábado, 19 de abril de 2014

The Amazing Spider Man 2

Fãs do Rhino, regalem-se... Ele só aparece no fim do filme...
Eu adoro super-heróis. Desde muito cedo que acompanho inúmeras aventuras daqueles que se tornariam nos meus ídolos e de muitas pessoas, identificando-me com eles e desejando um dia poder ser como eles. Pois é isso mesmo que os super-heróis fazem: dão-nos uma sensação de protecção, e por mais escondida que seja a sua identidade, eles vão estar sempre próximos para salvar o dia. No entanto, uma das coisas que me faz gostar de um super-herói é o facto de, por mais super poderes que tenha, continuar a ser tão humano como o comum dos mortais. Eles também sentem dúvidas, sofrem perdas, têm uma vida que muitas vezes deixam em segundo plano para ajudar os mais necessitados e fazem o que fazem sem pedir nada em troca. E de todos os grandes super-heróis, o meu favorito é, sem dúvida, o Homem-Aranha.
Ontem fui ao cinema, onde vi o recente The Amazing Spider-Man 2 e há-que dizer que esta crítica não vai ser fácil de fazer. Em primeiro lugar, se o leitor ainda não viu o filme e não gosta de spoilers, então desaconselho-o vivamente a não continuar a ler. Se já viu, ou não se importa que lhe estraguem surpresas, então sinta-se à vontade para continuar. Em segundo lugar, a crítica a este filme vai ser um tanto confusa, porque apesar de revelar desde já que gostei bastante do filme, vão haver algumas coisas negativas que vou apontar ao longo deste texto.

"Eu vou ser um ponto positivo, não vou?"
Sim, eu gostei bastante deste filme. Entre este e o anterior, eu considero este uma melhoria, embora não muito significativa. A vida de Peter Parker está a correr às mil maravilhas. Como Homem-Aranha, ele tem o respeito da cidade, já que diariamente patrulha Nova Iorque e ajuda na detenção de inúmeros criminosos. Quanto à sua vida pessoal, o seu relacionamento amoroso com Gwen Stacy não podia ser melhor, mesmo ignorando por completo o pedido do pai da rapariga no final do filme anterior, para que o Peter não a deixasse envolver-se na vida perigosa do super-herói. Contudo, não tarda para que Peter comece a sentir o peso da promessa que fez ao Capitão Stacy e decida separar-se da rapariga. Tudo isto acontece nos primeiros minutos do filme, e a mim pareceu-me que estavam a tentar arrumar com esse assunto para apresentar os novos elementos do filme.
Harry Osborn aparece neste filme, e com ele a primeira desilusão que apanhei. Numa das suas primeiras cenas, ele encontra-se com Norman Osborn, seu pai, e ficamos a saber que ele está a morrer e que a doença que o está a matar está também a afectar Harry. E depois desta cena, Norman morre. Isto foi uma desilusão para mim porque Norman Osborn é um dos mais emblemáticos vilões do Homem-Aranha. Ele não é um homem frágil à beira da morte, mas sim um lutador que fez tudo por tudo para ficar no topo. Ele é o Duende Verde original, o arqui-inimigo do nosso herói, o causador de muito sofrimento na vida do Peter. E aqui ele é um homenzinho fraco, que morreu confortavelmente na sua caminha depois de fazer um simples cameo. Tantas referências a ele no filme anterior para nada.

"Antes isso do que morrer empalado pelo próprio deslizador
enquanto se está a usar um fato ridículo."
E o que dizer sobre o Electro, o vilão principal deste filme? Bem, eu não sei muita coisa sobre este vilão, nem mesmo sobre como surgiu nos comics, mas achei-o um vilão ameaçador, apesar de não me parecer assim tão importante. Adorei a forma como ficou representado, com todo o seu corpo afectado com aquela electricidade. A sua personalidade, contudo, não era tão forte assim. Max Dillon era um homem rejeitado, e tão maltratado pelos outros, que sempre que alguém lhe dava atenção, ele ficava logo todo entusiasmado. Como Electro, ele continuou com essa fraqueza, apesar de, graças aos seus poderes, conseguir uma notoriedade muito maior. Contudo, ele só apareceu em cerca de 40% do filme, afastado pelos dramas pessoais de Peter, o mistério dos seus pais e a demanda desesperada de Harry para vencer a doença que matou Norman.

Acima: os dois membros fundadores da Liga dos Penteados Foleiros.
A Gwen Stacy continua a ser a personagem que em muito ultrapassa a dependente Mary Jane da trilogia anterior. Ela é independente, decidida, desenrascada, corajosa, muito longe da típica donzela em apuros. Ela é a prova viva que não é preciso ter super poderes para lidar com um vilão. A química entre ela e Peter está ainda mais forte neste filme, e mesmo depois de se terem separado, não tarda para que voltem a partilhar cenas, mostrando que se completam um ao outro e que juntos são uma grande equipa. Por isso a minha ambiguidade em relação ao futuro do Homem-Aranha quando a Gwen morre no fim do filme.

Ups, parece que o aviso chegou atrasado...
Eu não queria acreditar que tal fosse acontecer neste filme, embora soubesse que ela eventualmente iria morrer. A morte da Gwen Stacy é um dos momentos mais emblemáticos na história do Homem-Aranha, e desde a sua aparição no primeiro filme que os seus dias estavam contados. Acreditava que a morte dela teria lugar no terceiro filme, como que a fechar uma nova trilogia, mas confesso que à medida que ia vendo esta película, a minha crença que o destino dela seria selado já aqui era-me cada vez mais evidente. Os sinais estavam lá desde o início, desde o discurso que ela faz no início do filme até ao facto de ela ter sido aceite para ir estudar e trabalhar na Inglaterra. Perante tais sinais, eu só via duas hipóteses: ou ela morria já, ou poupavam-na de tal destino e davam-lhe um final lamechas, em que ela ia para a Inglaterra e o pobre Peter ficava a chuchar no dedo. Felizmente, escolheram seguir a via do original.
E o que dizer dos extras, daquelas personagens secundárias que pouco ou quase nenhum peso tiveram no filme. Tivemos a oportunidade de conhecer pela primeira vez a assistente de Harry, de nome Felicia. Para quem é fã do Homem-Aranha, não é difícil saber que esta personagem é a Gata Negra. Neste filme, ela não se destaca muito, embora ajude o Harry quando todos à sua volta lhe viram as costas.
Perto do início do filme, Max Dillon interage com um indivíduo de nome Smythe. O pouco que sei sobre esta personagem remonta dos tempos da série animada do Homem-Aranha, que foi transmitida nos anos 90. Na série, Allistair Smythe era um homem que culpava o Cabeça-de-Teia pelo desaparecimento (subentenda-se morte) do pai, e que para se poder vingar, se juntou ao Rei do Crime. Aqui, ele parece ser apenas um superior de Max. Se os próximos filmes lhe irão dar mais destaque, é só esperar para ver.
A tia May não teve muito destaque no filme. Foi aparecendo em algumas cenas, mas na maior parte do tempo, acabava por me esquecer que ela também existia. Contudo, ela teve um peso considerável na cena em que Peter lhe implora que conte o porquê de os pais o terem deixado com os tios, sem lhe darem nenhuma explicação. Depois disso, ela foi completamente empurrada para o lado, aparecendo apenas em algumas cenas e tendo algumas falas.

É impressão minha, ou a tia May está a ficar
mais sexy a cada filme?
E o que dizer do herói da história? Andrew Garfield não podia ser mais diferente do Peter Parker que conhecemos dos comics e séries animadas. Não por ser um mau actor, mas porque a personalidade nerd que a personagem original transmite tão bem é quase inexistente aqui. Mesmo assim, eu não considero uma má representação do meu super-herói favorito, e o actor consegue ser brincalhão e bastante emotivo sem estragar muito a personagem. Até ao momento em que veste o uniforme. É do conhecimento geral que o Homem-Aranha é galhofeiro, fazendo piadas enquanto luta contra o crime e irritando os vilões com as suas brincadeiras. Esse aspecto não foi muito salientado na trilogia anterior, como se Tobey Maguire não estivesse totalmente à-vontade com a personalidade do Aranha original. Aqui, acontece exactamente o contrário. Neste filme, o Homem-Aranha não é só brincalhão, é um palhaço autêntico. Ele exagera nas piadas, brinca demasiado com situações sérias. Há uma cena no início do filme em que ele trava um gangue que roubou um camião cheio de material perigoso. Em vez de fazer tudo por tudo para travar, o Aranha limita-se a brincar com o condutor do camião, arriscando ainda mais a segurança das pessoas em volta. Tudo bem em fazer piadas, mas este herói exagera.

"Como assim, exagero?"
Resumidamente, The Amazing Spider-Man 2 é um muito bom filme para quem gosta das aventuras de um dos mais famosos super-heróis de sempre. Apesar de ainda não superar a trilogia anterior, há-que dizer que esta película conseguiu superar o anterior, e terminou com um cliffhanger que vai deixar muitos fãs a querer saber o que vai acontecer no terceiro filme. A primeira aparição de vilões como o Duende Verde e o Rhino lançaram a curiosidade no ar, e a perspectiva de um terceiro enredo mais desafiante vai levar os fãs a muitas especulações enquanto nada se sabe do próximo filme. Os efeitos são estupendos, e as cenas de luta são ainda mais incríveis do que as do anterior. A história é cada vez mais complexa, e ainda com muitas perguntas para responder, mas isso é o que torna The Amazing Spider-Man uma série de filmes muito bem feita.

Qualquer dia hão-de fazer um drinking game dedicado a este tipo.
Bebam um shot por cada filme da Marvel em que ele aparece.

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