Visitas

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Literatura Iletrada - "O Filho de Odin" - 2ª parte

Eu estou com algum medo, caros leitores. Certamente que já repararam que desde outubro do ano passado que não lanço mais nenhum post da rubrica "Crítica Extensiva" que, neste momento, visa dissecar e criticar toda a série de Dragon Ball GT. Apenas nove episódios dos sessenta e quatro foram abordados e eu tenho muito medo de não conseguir terminar a série. Porque apesar das suas muitas falhas, Dragon Ball GT tinha os seus pontos positivos, e apesar de não ser considerado por muitos como uma parte da história original, não podemos ignorar a sua existência e o impacto que teve em nós. Por isso quero continuar a assumir a responsabilidade de explorar a série e apresentar-vos os meus pensamentos acerca da mesma. A série não ficou esquecida; eu é que fui demasiado preguiçoso para a continuar.
"Mas que tem a 'Crítica Extensiva' a ver com a 'Literatura Iletrada?'", perguntam vocês. Bem, tendo em conta que decidi pôr a minha resistência mental à prova e achincalhar cada capítulo do livro citado no título deste post, posso dizer que esta rubrica, apesar do seu nome, também podia ser considerada uma crítica que se vai estender por vários posts, uma vez que são quinze dolorosos capítulos da mais pura mediocridade literária. E explorá-los novamente, depois de ter lido este monte de esterco de uma ponta a outra, vai ser uma prova de fogo à minha sanidade mental. Contudo, ao contrário do que acontece no caso da "Critica Extensiva" a Dragon Ball GT, eu não me sentiria assim tão mal se abandonasse de repente a crítica a esta amostra de livro. É que eu prefiro ver o 10º episódio de Dragon Ball GT repetidamente durante um mês (e em breve vocês hão-de saber do que estou a falar) do que voltar a pegar neste pedaço de bosta e lê-lo.

Sim, é muito pior que isto...
Comecemos então a dissecação. Este primeiro capítulo chama-se "O Encontro".

"Estamos no século XIX, em 1862, em plena floresta. Nas imediações de uma enorme clareira, está a realizar-se uma espécie de celebração satânica."

Uma coisa que eu muito reparei durante a leitura deste livro é que Zuzarte gosta muito de usar a expressão "uma espécie de", quando se vê na necessidade de descrever algo. E como preguiçoso e não original que ele é, prefere apenas mostrar-nos que aquilo que se está a passar é "uma espécie de" qualquer coisa. Será que vou ter de instalar aqui "uma espécie de" contador?

"Os acólitos e uma espécie de padre demoníaco entram no castelo, levando uma carroça puxada por bestas horrendas."

Eu avisei.

"Enquanto isso, na torre mais alta decorre um ritual para a encarnação do Mal - Drácula de seu nome."

Bravo, Zuzarte. A tua originalidade é mesmo impressionante. Nunca me ocorreria um vilão tão pouco usado e tão pouco conhecido. Não é como se ele não tivesse já aparecido em filmes, séries, videojogos... A sério, Zuzarte, a cada linha surpreendes-me cada vez mais pela negativa. E ainda estamos na primeira página.

"Estão trinta acólitos a rezar, cinco banshees (homo fata maeora) a entoar um cântico diabólico (...)"

Este é outra das demonstrações de pseudo-intelectualidade de Zuzarte. Sempre que uma criatura fantástica é referida pela primeira vez, ele tem a bondade de nos gratificar com uma designação em latim mal cagado, como se fosse um grande entendido naquilo que escreve. Escusado será dizer que falha redondamente.

"(...) um imponente necromante - trajado com uma bata vermelha, duas facas de sacrifício, um capacete em forma de crânio de dragão, um ceptro em que a ponta termina numa vela negra envolvida por uma serpente e asas de morcego - a segurar nas suas mãos o lendário Livro dos Mortos.
(...)
- Sou Kalthazad, necromante da 1ª Ordem de Loki e Set, encarregado de o ressuscitar."

Bem, eu não posso dizer que sou grande entendido em Warcraft... até porque nunca joguei (e muito envergonhado me sinto por isso, devo dizê-lo). Contudo, depois de explorar a Internet e encontrar outras críticas a este livro, acabei por descobrir que Kalthazad, essa figura brilhantemente descrita por Zuzarte, não é nada mais nada menos que o nojento plágio de Kel'Thuzad, personagem de Warcraft III - Reign of Chaos.

Voltem a ler a descrição e olhem para a imagem.
Este Zuzarte devia ter vergonha.
E querem uma prova em como Zuzarte rouba à descarada não só personagens de jogos mas também diálogos? Atentem bem na primeira coisa que o Senhor das Trevas diz depois de ser ressuscitado:

"- (Drácula) Esperei por este momento para voltar a nascer, banhar-me com a escuridão e sentir o luar no interior - revela, enfático, o homem."





As duas imagens acima são o início do jogo Castlevania: Circle of the Moon, lançado para Game Boy Advance em 2001. Como podem ver, o vilão deste jogo, para além de partilhar exactamente o mesmo nome e aparência do cavalheiro no livro ("(...) um homem de meia-idade, com longos cabelos brancos, cara pálida, e dois grandes caninos a saírem da boca"), a primeira coisa que ambos dizem coincide a 100%. Pensavas que te escapavas desta, Zuzarte?
Drácula lá é ressuscitado, há uma apresentação rápida e antes que mais algum desenvolvimento entre a "Grande Figura" e o necromante se dê, um "jovem de longos cabelos louros, envergando uma armadura azul e empunhando um martelo" entra na sala. As mesmas críticas que li informaram-me que este magnífico cavaleiro de nome Vhan, o paladino de Hélio, não passa de mais um plágio descarado de Arthas Menethil, também personagem de Warcraft III.

Mas será que esta história alguma vez vai ter uma personagem original?
E como Zuzarte é tão burro, ele ainda teve o descaramento de referenciar o jogo Warcraft III na página dos agradecimentos, juntamente com várias séries, filmes e jogos onde ele foi claramente roubar conteúdo para esta monstruosidade. Muito obrigado por nos facilitares o trabalho ao dizeres onde foste buscar inspiração para esta porcaria de história, Zuzarte.
E querem saber uma coisa? A avalanche de plágio ainda não acabou. Vhan prepara-se para atacar Drácula, mas este apenas estende a mão e lança-lhe um feixe de luz que o atinge e o transforma "num cavaleiro com uma armadura negra. O seu aspecto jovem desaparece, o cabelo louro é, agora, um manto branco, e o martelo transforma-se numa espada com uma lâmina feita de gelo inquebrável."

Desde a primeira página que o Zuzarte nem faz um esforço.
É então que, com um novo servo do seu lado, Drácula ordena às suas criaturas que ataquem a Roménia inteira e aniquilem todos os seus habitantes. Com o tempo, a Roménia ficou conhecida como "A Terra Negra." Na verdade, a maior parte do Império Otomano ficou sob o controle de Drácula. Somente os Gregos, o povo favorito do Zuzarte, obviamente, estão a salvo graças aos deuses do Olimpo.
Com isto, saltamos para um país chamado Portugal, "livre da escravidão de Drácula", onde vive um jovem adolescente de quinze anos chamado Jonathan Strongheart, o protagonista da história. E, meus amigos, tudo, absolutamente tudo neste protagonista faz-me ter vontade de estrangular o Zuzarte. Como este menino não tem capacidade de criar um protagonista sem defeitos, ele acabou por oferecer a Jonathan todas as belas qualidades que se lembrou. Assim sendo, Jonathan é atlético, com um cabelo prateado que não é muito comum, rico, com uma mansão no cume de uma colina de Lisboa, mesmo perto do Castelo de S. Jorge, descendente de Sigurd, o herói dos Nibelungos... E acreditem que isto não é nada. Absolutamente nada.
Se há coisa que eu odeio numa personagem é quando ela tem demasiadas virtudes e nenhum defeito. Ninguém é perfeito, e todos nós cometemos erros devido aos nossos defeitos, vindo a aprender e a desenvolver como pessoas. Isso também pode (e tem de) acontecer numa boa história, para que saibamos nos relacionar com as personagens e sentir as dificuldades e os dilemas que passam de forma a tornarem-se pessoas melhores ou piores, dependendo da resolução final. Quando uma personagem tem demasiados atributos positivos ela torna-se numa Mary Sue, ou, neste caso, um Gary Stu.
Continuando. Os pais deste jovem prodígio são Adriana Seterwind, uma mulher que pouco ou nada fala (e há-que salientar que para o Zuzarte, as mulheres são apenas elementos sem personalidade que só servem como troféus das personagens masculinas. E a prova disso está na personagem de Adriana Seterwind, se é que podemos chamar-lhe de personagem), e Uther Strongheart, paladino do rei de Portugal e herói internacional. E já que estamos numa de roubar nomes e personagens a Warcraft, que tal explorar de onde vem o nome Uther?

Quanto é que apostam que aquela não é mesmo a arma dele no livro?
Ora nem mais. Uther Strongheart não é nada mais nada menos que o plágio de Uther the Lightbringer, o primeiro paladino da Ordem dos Cavaleiros da Mão de Prata. Não vos vou maçar com pormenores desta personagem (até que poderão explorá-la um pouco mais na Wiki de World of Warcraft), mas posso adiantar que Uther foi uma importante personagem nos jogos, sendo até o mentor de... Arthas Menethil.
Continuando com a contínua descarga de privilégios para a família Strongheart, Uther encontra-se a tomar o "tradicional" chá das cinco enquanto lê o Times. Pelos vistos, os ataques do Drácula vêm no jornal, juntamente com a notícia de que várias sepulturas foram profanadas (sabe-se lá onde; pelos vistos o Zuzarte ainda escreve pior notícias do que histórias) e que a polícia desconfia de um cientista chamado Victor Frankenstein. Isto até seria minimamente interessante se o dito cientista ainda aparecesse neste livro. Qual quê? Despeçam-se da referência ao Dr. Frankenstein, pessoal. Ele não entra nem é mais referido nesta história. Agora pergunto-me: será que o Zuzarte alguma vez leu "Frankenstein" de Mary Shelley?
Enquanto isso, Jonathan está a ler Charles Dickens, mas não toma chá porque acha a bebida insípida. Bem, eu sou bem capaz de apostar o meu testículo esquerdo em como Jonathan não é nada mais nada menos que o próprio Zuzarte, como este se imagina numa história fantástica. É que só neste parágrafo temos algumas informações demasiado pessoais, principalmente numa história em que a caracterização de personagens é incrivelmente fraca. Jonathan odeia chá porque acha a bebida insípida; não gosta do professor de Matemática, que diz que cheira a cavalo; o seu doce favorito é arroz-doce (como iremos ver mais lá para a frente); odeia presunto e diz que é como mastigar uma meia suada. Todas estas informações pertencem apenas ao protagonista, e não temos tamanho conhecimento deste tipo de características por parte das outras personagens. Isto porque o Zuzarte é tão fraco a desenvolver personagens, que a única forma que encontra de construir uma é juntando características suas.
Continuando com esta bosta: nessa noite, Jonathan vai dormir e automaticamente sonha com um homem zarolho que apenas chama o rapaz de Vidar. Este fica surpreso e vai logo ter com o pai para lhe contar o que sonhou.

"- Ei, pai, tive um sonho muito esquisito: sonhei com um homem que dizia que eu era Vidar, ou algo assim e...
- Sim, eu sei - responde-lhe Uther -, também sonhei com esse homem. Ele disse-me para tu partires, pois és o escolhido.
- Escolhido??? - interroga Jonathan, espantado e meio curioso.
- Sim... Bem, vai para a cama, que amanhã é um grande dia para ti - aconselha o pai virando-se para o outro lado e cobrindo-se.
- Espera, tens de me explicar o que significa tudo isto.
- Ainda não é tempo... e se eu te explicasse, isso só te traria ansiedade; mais tarde saberás a razão dessa escolha. Agora tens de arrumar as tuas coisas para poderes partir amanhã."

Valham-me os céus. A inconsistência... a incoerência... a confusão... a preguiça...

"O drama... a tragédia... o horror..."
As perguntas que eu tenho só neste pedacinho de diálogo... 1º - Por que raio Jonathan e Uther sonharam com o mesmo homem? 2º - Se Jonathan é o escolhido, então por que é que essa informação foi passada a Uther? 3º - Por que raio Uther não responde às perguntas do filho e lhe diz que se explicasse alguma coisa, isso lhe traria mais ansiedade? É que se nada for explicado na hora, aí é que o rapaz fica mais nervoso. 4º - Por que é que num momento Uther manda Jonathan deitar-se e logo a seguir o manda arrumar as coisas? 5º - Como é que houve alguém que achou que esta porcaria de história valia a pena ser publicada?
Então no dia seguinte, lá vai Jonathan sozinho num comboio, sabe-se lá para onde, e com ele leva apenas uma carteira com dinheiro, uma bússola e uma espada... Mais nada? Nem umas mudas de roupa, uma merenda para comer pelo caminho, nada? Bem, para quem é rico, este Jonathan tem uma família de somíticos.
O rapaz lá sai na estação onde o pai lhe disse para sair ("qual estação?" perguntam vocês? Deixem-se de piadas; até parece que estão a ler uma boa história) e mete-se logo por uma gruta adentro, sem razão aparente para além de curiosidade. E acaba por encontrar assim sem mais nem menos a estátua do homem zarolho que lhe apareceu no sonho. E como se não bastasse, assim que toca na estátua, o nosso herói é logo transportado para o palácio dos deuses nórdicos, Valhalla. E tudo isto sem que Zuzarte nos explique o que raio se está a passar aqui.
Em Valhalla, Jonathan é saudado por Odin, o zarolho que lhe apareceu no sonho, e ao ver o ar confuso do rapaz, o governador de Asgard decide transformá-lo "num homem de cabelo loiro, orelhas pontiagudas, calças de couro, botas de chumbo (?), uma máscara semelhante à de um carrasco com uma abertura nos olhos para ele poder ver (NO SHIT, SHERLOCK!), um par de luvas com um lápis-lazúli em cada uma e duas facas gigantes amarradas à cintura."

"- Já sabes quem és? - questiona o homem. - És Vidar, o deus desaparecido, e eu sou o teu pai Odin - anuncia, então.
Vidar olhou para as mãos e depois para o corpo."

E aqui está uma mostra da incompetência de Zuzarte enquanto escrevia este pedaço de excremento. Caso não tenham reparado nos excertos que apresentei até agora, a história estava a ser contada no tempo presente, como se estivéssemos a acompanhar o protagonista ao longo da aventura. Vários autores fazem isso, e apesar de me parecer arriscado, devo confessar que quando bem aplicado, tal abordagem resulta muito bem. O que acontece aqui é que, do nada, Zuzarte passa a escrever no tempo passado, sem qualquer razão aparente. Tal mudança mostra que Zuzarte não está atento ao que escreve, nem faz um mínimo esforço para rever e corrigir a porcaria que defecou para o papel. E pior que isso é saber quem nem o Sr. António Tavares, o responsável pela revisão literária, foi competente o suficiente para evitar um erro tão estúpido como este. Bem, tendo em conta como o resto da história está escrito, eu diria que a única coisa que esse senhor fez neste livro foi colocar lá o seu nome.
Para celebrar o regresso de Vidar, Odin manda organizar um grande banquete com todos os deuses e Einherjars. Há uma grande festa, com deuses a falar e a engasgarem-se com comida e a fazerem palhaçadas... Coisas típicas de deuses sérios.

"Pouco depois, já o banquete tinha começado, Odin levantou-se e começou a falar:
- Meus caros amigos, filhos, filhas e deuses, estamos aqui para festejar o regresso de Vidar, que esteve ausente durante muitos anos - seguiu-se uma grande salva de palmas.
- Depois do Ragnarok, ele tomará o meu lugar em Gimli, o novo Valhalla (...)"

Espera lá. Gimli? GIMLI?

"Bring your pretty face to my axe, Zuzarte."
Bem, antes que me enerve e destrua tudo à minha volta, é melhor continuar.

"Odin levantou-se, bateu palmas e, de seguida, as velas apagaram-se e dois anões trouxeram uma máquina de slides."

UMA MÁQUINA DE SLIDES? EH PÁ...

Acima: a minha sala depois da leitura do primeiro capítulo.
Diz a nota que rodapé que segundo o autor, "no mundo dos deuses tudo é possível, incluindo as tecnologias das épocas vindouras." A sério, Zuzarte, dedica-te à pesca. Não tens um pingo de originalidade nesse teu cérebro de pombo, és um plagiador descarado e não mereces o ar que respiras. Muitos jovens com muito mais talento que tu dariam tudo para que as suas obras tivessem a divulgação que as tuas tiveram. Inúmeros aspirantes a escritores cujos trabalhos poderão nunca ver a luz do dia porque imbecis como tu e editoras sedentas de dinheiro preferem lucrar com nomes conhecidos, sem se preocuparem com a qualidade daquilo que está escrito. A Gailivro devia ter vergonha na cara por permitir que este aborto literário tivesse sido publicado.
Adiante. Odin conta então a Vidar a história de Drácula e como ele foi ressuscitado, só que a máquina de slides avaria por uns momentos, acabando Thor por a colocar a funcionar.

"- Obrigado, Thor. Agora, voltando ao que interessa... - Odin ligou a máquina e uma imagem de uma mulher despida, com um chapéu de palha, foi projectada na parede. - Errrr... desculpem... este... este é o slide errado - disse ele. Depois voltou a mudar para a iluminura de Drácula."

Meu Deus... Primeiro tivemos plágio, depois falta de consistência, depois falta de originalidade e agora temos humor do mais fraco que alguma vez li. A sério, não imaginam o quanto Zuzarte tenta ser engraçado mas que falha de tal maneira que acaba por ser triste.
Depois de toda esta palhaçada, e de Vidar ter aceite a sua missão de acabar com Drácula, o protagonista prepara-se para partir na sua demanda. Heimdall, o deus-sentinela, oferece-lhe um corno, e o rapaz sopra-o, fazendo surgir dos céus um grifo.

"- Alguém me chamou? - perguntou o grifo.
- Este é Arthos Silverfeather, príncipe dos Ares - apresentou Odin.
- Io man, saudações aqui dos bosses de Asgard e minhas - proclamou o animal."

Não. Eu não aguento mais isto. Só faltavam abordar mais algumas linhas, mas eu estou farto de tanta bosta, e a paciência de uma pessoa tem limites. Eu sabia que me ia enfurecer ao escrever esta crítica, mas não pensava que uma dissecação destas me punha os nervos em franja. E ainda vamos no primeiro capítulo. Não, eu desisto por hoje, antes que destrua outra casa.

Ah, se eu te apanhasse agora, minha besta...

Sem comentários:

Enviar um comentário